Quando estava na oitava série conheci a história de Olga Benário Prestes. Li o livro Olga num trabalho interdisciplinar de literatura e história. Foi encantador conhecer uma heroína! Eu dificilmente choro em livros, mas terminei me debulhando em lágrimas, uma vez que o livro termina com uma carta que Olga escreve de despedida para o marido e a filha, diretamente do campo de concentração nas vésperas de ser executada.
Ela nasceu em Munique e era judia, desde jovem envolvida com o movimento comunista. Mudou-se para Berlim com o namorado militante também, Otto Braun. Após a queda da monarquia, o casal é preso acusado de alta traição. Olga é solta logo em seguida. Junto com seus colegas de militância planejaram o assalto a prisão de Moabit que libertaram Braun. Fugiram então para a União Soviética onde recebeu treinamento militar na escola de Lenin. Nesse contexto o casal se separou e Olga se envolveu mais e mais no treinamento enquanto Hitler ganhava forças.
Luis Carlos Prestes residia, então, na União Soviética e foi aceito no Partido Comunista Brasileiro. Voltou ao Brasil, via Nova Iorque, clandestinamente, acompanhado por Olga, disfarçados de marido e mulher. Chegando ao Brasil, Prestes encontrou a Aliança Nacional Libertadora, uma frente política descontente com o Governo Vargas, do qual se tornou presidente de honra.
Prestes comandou a Intentona Comunista rapidamente contida pelo governo. Ele e Olga, que oficialmente eram marido e mulher, viveram um tempo clandestinamente até serem presos. Olga foi deportada com sete meses de gravidez num navio. Sendo judia e comunista, entregue ao Governo Nazista, foi parar no campo de concentração. Porém, ela foi primeiro para uma prisão feminina, onde teve a filha, Anita, que ficou com a mãe até quando pôde amamentar. Depois foi entregue a avó paterna e nunca mais viu Olga.
Mesmo sem esperança, no campo de concentração, Olga dava aulas de ginástica para suas companheiras e não deixava que a esperança morresse. Uma heroína que foi forte até a câmara de gás.