quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Com o vento...


Com o vento nos deixamos levar. É ele que define o rumo de um barco a vela. A sua direção é para onde ele foi. Foi e chegou a seu destino. Um objetivo que deve ser alcançado apesar do vento contrário, dos atropelos e das pedras no caminho.

Estou num momento de seguir a direção do vento. Para onde ele soprar endireito a vela e sigo a vida. Uma vida que merece férias...

Saio hoje de férias e em breve volto trazendo novos ventos e um pouco de determinação. Para Adejar devemos nos permitir. Algumas novidades vêm por aí. Mas por enquanto deixemos apenas o vento soprar...

Até mais!

Virgínia Pellegrinelli 
28/02/2018

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Petiscos - Sim senhore, positone!


Desde que meus sobrinhos nasceram uma onda de desenhos animados invadiram minha casa. Ao lado da minha irmã e do meu sobrinho mais velho, que na época tinha uns dois anos, conheci um desenho chamado Pinky Dinky Doo. Era um desenho bem bonitinho em que cada episódio era trabalhado uma palavra interessante. A Pinky tinha uma caixa de histórias e desvendava problemas reais trabalhando na história a palavra da vez.

“Sim senhore, positone!” Todos os episódios tinha essa expressão. Eu via o sorriso no meu sobrinho e acabou, durante bastante tempo, virando uma expressão familiar. Eu pensava que estava restrito ao nosso mundinho as histórias da Pinky, afinal eu não conhecia tantas crianças assim.

Certa vez andando com o meu cachorro em nosso passeio matinal pelo banheiro dele e descobri que estava muito errada. Passei por uma casa onde duas garotinhas de uns cinco ou seis anos estavam saindo de casa e a mãe de uma delas gritou “não demorem!”, no que as duas responderam: “Sim senhora, positone!”

E assim vamos reconhecendo os gostos das gerações. Não vejo mais esse desenho e hoje a moda são outros desenhos. Porém, de vez enquanto, tenho vontade de soltar um: “Sim senhore, positone!”

Virgínia Pellegrinelli 
17/02/2018

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Petiscos - Lavando e esquecendo...


Acredito que em toda família há sempre aquele momento de ajudar a mãe nos afazeres domésticos. Aqui em casa é sempre arrumar e tirar a mesa - a mais rápida; lavar a louça - surpreendam, minha favorita!; e guardar nos armários - a mais chata porque só mesmo a matriarca para saber onde fica tudo.

Por que meu favorito é o lavar? Principalmente quando se está sozinha, é libertador! Ver a pilha diminuir e tudo ficar limpo, escutando a água e seus pensamentos é um santo remédio anti stress. Eu decido dilemas, lembro de coisas complicadas e vejo minhas prioridades, entre tantos efeitos mágicos que um simples ajudar pode fazer. O melhor, além de tudo, esquecer por um tempo os problemas.

Às vezes nem me pedem e lá estou eu fazendo o serviço. Um ato de liberdade em meio ao caos do cotidiano. Sempre de livre e espontânea vontade! O problema é quando a vontade não está lá e precisamos trocar de lugar com uma irmã..., um verdadeiro discurso e trocas de favores.

Algo me diz que cada uma tem o seu favorito momento ajudador..., o problema é trocar e mudar suas preferências..., porque nossos pensamentos e distrações funcionam conforme a individualidade de cada...

Virgínia Pellegrinelli 
15/02/2018

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Brunch - As irmãs Romanov - Helen Rappaport


Olga, Tatiana, Maria e Anastásia Romanov eram filhas do último Csar russo, Nicolau II, e da Imperatriz Alexandra. Além das quatro grã-duquesas tinham um quinto filho, Alexei Romanov. O fim da família é conhecido no mundo todo por seu fuzilamento como marco da revolução bolchevique, na Rússia, em 1917. Porém o foco do livro é a reconstrução do dia a dia das irmãs imperiais, baseando-se em cartas pessoais, diários da família e demais livros escritos sobre o assunto.

Ao longo de toda a leitura do livro observamos que não só o pequeno Nicolai tinha a saúde frágil, como também a matriarca, Alexandra. A popularidade da família real nunca foi positiva principalmente porque eram escondidos os diversos problemas e preocupações de saúde. Tendo em vista a super proteção de Alexandra com a vida do pequeno herdeiro surgiu a amizade com o tão criticado Grigori Rasputin. Um relacionamento que não foi visto como benéfico nem por outros membros da família.

Muitas vezes as quatro irmãs roubavam a cena pela discreta simpatia. Uma vez que a imperatriz não podia aparecer publicamente ao lado de seu marido, Olga, a mais velha, tomou seu lugar em ocasiões bastante importantes."Salvando", por assim dizer, a popularidade nem um pouco alta do csar.

Olga também teve alguns pretendentes, afinal morreu aos 21 anos. Descrita como altiva, era muito apegada aos pais. Ela ajudava na criação dos mais novos porém entregou-se a tristeza e se fechou completamente nos confinamentos de sua vida. Tatiana era a mais bonita e muito parecida com a mãe. Em um curto período que a família se separou, ela assumiu a liderança dos irmãos não deixando que ninguém desistisse de viver. Maria era a mais gordinha e a preferida de seu pai. Ela era muito carinhosa e quando seus pais tiveram que deixar as crianças, foi com eles para poder cuidar da mãe. Por fim, Anastásia, que a era alegria da família. Com ela a diversão na medida certa era garantida. Mesmo quando eles tiveram ciência do fim iminente.

Suas vidas no palácio eram bastante reservadas. As crianças tinham aulas particulares e amigos bastante restritos. Elas tinham contato com babás, professores, diversos soldados da guarda real e alguns parentes que ocasionalmente as visitavam. Também tiveram algumas viagens a passeio de férias a bordo de seu navio real.

Olga e Tatiana, juntamente com a mãe, serviram na Primeira Guerra como enfermeiras. Segundo relatos de ambas em cartas eram felizes no que faziam e se sentiam úteis. Tatiana brilhou nesse momento sendo lembrada como uma grande enfermeira.

A população tinha uma visão de um família reclusa e fechada. Difícil ver momentos em que eram carismáticos, esses, por sinal, sujeitados às meninas. No livro não trata as questões políticas e a situação do sistema da época. Apenas vemos o csar escolher ficar perto da família mesmo após abdicar o trono em seu nome e do seu filho. 

Deixo aqui minha opinião de que foi um dos livros biográficos mais espetaculares que li.  Mostra-nos um lado da família Romanov que não é muito destrinchada. Uma família que, se não fosse o nome, seria mais uma família comum onde a mãe faz questão das roupas das mais velhas serem passadas para as mais novas.

Ficou grande esse brunch, assim como o livro também é. Mas para quem gosta de história e se interessa pela Revolução Russa, tem em mãos um material que mostra um ponto de vista que nos faz até pensar se era necessário as meninas morrerem...

Do descansar no carnaval...


Todo ano eu tenho a sensação de que os quatro dias do carnaval passam em um piscar de olhos. Tirando o fato de não dormir bem, mesmo que não seja nas ruas, assistindo à TV, tudo parece não ter fim. Posso viajar, ficar em casa, quarta-feira é sempre desesperador voltar para a rotina.

Esse ano foi diferente. Dormi certinho, inclusive algumas horas a mais. Coloquei as séries do Netflix em dia, pelo menos atingi minhas metas. Leituras em dia. Enfim, até quarto arrumado posso dizer que relativamente consegui.

Momentos agora de paz, tranquilidade e rumo as férias! Ah, será que é por causa delas que eu não quis fazer nada diferente?! Seja o que for, sem máscaras,  voltarei a rotina com a alma leve...

Virgínia Pellegrinelli 
13/02/2018

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Valeu, universo! - Luisa Aranha


Ingredientes:

1- Porto Alegre, Londres e Belo Horizonte;
2- Paixão X Amor X Desencontros;
3- Universo e destino.

Modo de fazer:  

Em uma noite qualquer de Porto Alegre, Lia e Theo se encontram em uma boate e em um piscar de olhos se apaixonam. Diante de um cara que sai de um casamento conturbado e um moça que acabou com um relacionamento bastante complicado, o Universo resolve dar uns “empurrões” para eles terem certeza se ficarão juntos. Tirando o fato que ambos se refugiam em Londres para tentar seguir a vida e se reencontram. Nesse momento Lia tem a maior desventura de sua vida e o Universo os separa. No Brasil, ambos se reencontram em Belo Horizonte, a serviço, em momento que Theo se desequilibra totalmente. Um Universo que une e desune um casal quase perfeito, mas que não consegue mudar o destino final arquitetado pelo casal.

Mais um livro da Luisa Aranha escrito por meio de diário dos dois protagonistas. É legal que vemos os medos, as reações, os pensamentos e entendemos as atitudes de ambos. Vendo de fora às vezes queremos bater nos dois mas nos colocando no lugar de cada um deles observamos que as mancadas alheias são muito mais comuns e explicam os desencontros que o Universo nos faz viver. Genial a maneira como por meio da escrita de ambos nos enxergamos a ligação que leva o destino final.

Mais uma vez está de parabéns essa autora muito querida! Um livro típico que todo casal deveria ler. E, por que não, os solteiros também, para poder entender que nada acontece só com um ponto de vista. Indico o livro para aqueles que querem uma leitura leve e prazeroso!

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Petiscos - Daquela saudade...


Uma saudade sempre nos toca de forma avassaladora. Algumas vezes vem sem pedirmos, outras esquecemos, mas sempre está lá a lembrança. Eu jamais esquecerei a máquina de costura da minha avó. Dela saía roupas lindas. Não tenho lembrança dela funcionando, só mesmo da máquina esquecida no corredor na casa da minha nonna. Eu me lembro que ela tinha um pedal, ou sei lá como se chama o lugar onde o pé ficava subindo e descendo. Nele, nas minhas lembranças, eu fazia de pequena balança em que nos dias bem estressantes eu dormia encolhida no corredor escuro de uma casinha no interior.

Eu me lembro de uma vez que minha avó estava na sala costurando, a mão, qualquer coisa que precisava de agulha e linha. Na época, ela alegou que não estava enxergando o buraquinho da agulha para passar a linha e pediu para que houvesse umas duas tentativas de cada um de seus, acredito que, cinco netos presentes. Eu era a primeira e não entendi que buraquinho era e, claro, nem procurei, afinal casa de vó não é para pensar. Eu tentei passar literalmente a linha na agulha, de comprido, sabe?! Bom, ninguém sabe, nem precisa tentar imaginar, porque fiz minha avó dar gargalhada e o próximo neto fez o dever certinho.

Eu tive vergonha na hora mas depois acalmei meu coração. A risada da minha avó, gostosa do jeito que só ela sabia fazer, ficou para sempre guardada na memória. 

Hoje descobri que ela faria cem anos..., minha vovó Lourdes. Essa cena ainda tão viva na minha memória é uma das muitas que eu tenho dela naquela casa, naquela cidade, naqueles tempos...

Viirgínia Pellegrinelli
04/02/2018