sexta-feira, 12 de junho de 2015

Livros para colorir

Receita infalível para desestressar... 
Ingrediente básico: lápis de cor... 
Alguns minutos e uma página de um livro desenhado em preto e branco... 
Cores e mistérios vão ganhando vida... 
Brincadeira de criança? 
Experimente... 



Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é o meu leilão.)
Cecília Meireles

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis

Ingredientes:

1 – Defunto autor
2 – Realismo


Modo de fazer:

Um defunto autor resolve contar sua história! Brás Cubas, de cara, dedica seu livro aos “vermes” e conta, de forma não cronológica, como bem entende, sua vida: incluindo amores, vitórias, derrotas, nascimento e morte.
Um marco do realismo, uma obra atemporal!!! Brás Cubas, que nada tem a perder, critica a sociedade e a política pelas palavras do inesquecível Quincas Borba e seu Realitismo...
Uma narrativa irônica, e ao mesmo tempo denunciadora. O autor literalmente conversa com o autor, como nessa passagem em que o primeiro culpa o segundo pela “chatice” do livro:

Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...

Cap. LXXI

Leiam, não deixem de ler..., afinal, quanto um defunto autor escreve um livro, pelo menos a curiosidade o faz abrir a primeira página...