O grande início das redes sociais era aquele caderno de perguntas e respostas que era uma febre na minha adolescência. Nele uma série de pessoas respondiam: "ator favorito", "melhor amigo", "de quem você está a fim", "lugar que gostaria de conhecer"...
Então o tempo passou e o caderno ficou de recordação para quem conseguiu guardá-lo. Acredito que o meu esteja em uma caixa em cima do armário. No entanto, o tempo passou e com a modernização da internet surgiu o Orkut com suas comunidades. Elas eram nada mais nada menos que o caderno, juntando pessoas com interesses em comuns: "filhos mais novos"; "cinéfilos", "amo livros" e outros mais. Com um tempo, a rede social foi se descaracterizando e acabou por ter um ponto final, apesar de ter sido apenas pioneira na série de inúmeras redes sociais que surgiram por aí.
Mas eu vim relembrar exatamente o meu desencantamento pelo maravilhoso universo orkutiano. Afinal, através de um clique pude reencontrar queridos amigos que há muito não via. Em especial eu procurava uma amiga de infância até que encontrei uma comunidade em homenagem a ela. Repleta de saudades e homenagens, minha amiga havia falecido há alguns anos e eu não tinha ficado sabendo. Chorei em frente ao computador. Uma mistura de nostalgia, abandono e desprezo por saber daquele jeito que alguém tão especial nas minhas lembranças não encontraria em Orkut ou qualquer outra rede social.
Bom, acabando o desabafo, deixo aqui uma frase que essa amiga sempre dizia: "No final tudo dá certo, se não deu certo é porque não chegou ao fim".
Virgínia Pellegrinelli
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