Quando frequentava a igreja do interior, ainda criança, as professoras ensinaram que para cantar e louvar deveríamos gritar! Eu já não era muito boa no expressar, por assim dizer, minha voz, então acabava que saía um sussurro.
Então mudei para a capital e caí em uma das maiores e consagradas igrejas de Minas. Vai a moça aqui tentar entrar no coral. Para início de conversa descobri que existiam sopranos e contraltos. Disseram que eu era a segunda voz, contralto, porque o sussurro agora tinha que se misturar com as vozes belíssimas de um coral inteiro.
Entrei e saí umas cinco vezes. Deixei de viajar como eles para a vergonha ser mínima. No fim não só eu estava incomodada como os outros começaram a se incomodar comigo. Por isso, baixamos a cabeça, fechamos a boca e saímos do coral.
Parabéns àqueles que cantam e não só isso, se tornam líderes de suas vozes num momento uníssono em que diversas vozes se fazem uma só.
Virgínia Pellegrinelli
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