segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Petiscos - A estrela e o sorriso


Hoje estava escutando minha mãe estudar com meu sobrinho e fiquei lembrando da minha época de colégio. Posso dizer que estudiosa eu sempre fui, mas minhas notas eram igual bolsa de valores, ora altas outras baixas. Uma vez indo bem ficava muito feliz e sorridente. Agora as notas baixas eram quase uma facada no coração. Acredito que meu dom de expor ao máximo minhas emoções, vem dessas notinhas que, sinceramente, não tenho saudades.

Certa vez estava eu muito bem, obrigada, almoçando com minha família quando uma colega minha ligou dizendo que o boletim tinha saído e tínhamos que ir buscar no colégio. Foi então que já comecei a tremer de medo. Eu nem me lembro se era fim de semestre ou apenas fim de bimestre, eu só sei que ainda hoje sinto o medo revelado em meus olhos. Não precisei falar nada meu pai pegou as chaves do carro e já queria ir comigo.

No entanto eu dizia que o medo era tanto que eu não queria ir. Não seria capaz de suportar uma recuperação. Aí meu pai começou a cantar aquela música: "Há de surgir uma estrela no céu cada vez que ocê sorrir. Há de apagar uma estrela no céu cada vez que ocê chorar." Isso foi o suficiente para saber que independente do resultado ele estaria do meu lado. 

Fomos. Passei em tudo. Alívio e risos. Ganhei um sundae e um pai rindo porque minha colher estava tremendo. Essa sim é uma lembrança que deixou saudades...

Virgínia Pellegrinelli

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