Difícil encontrar alguém que não tenha lido ou pelo menos tenha ouvido falar no conto de Clarice Lispector: "Felicidade Clandestina". Resumidamente conta a história de uma menina que queria muito ler "Reinações de Narizinho" e tenta a todo custo pedir emprestado a uma coleguinha muito metida. Quando consegue, por ajuda de terceiros, o empréstimos, esconde o livro de si mesma para ter a alegria de o encontrar e saborear pouco a pouco a leitura daquele que fez sua alegria particular.
Tantas vezes eu tive clandestinamente uma alegria inexplicável que somente eu entendia e vivia. Uma delas foi quando assisti inteiro ao filme "Mr Holand, Adorável Professor". Eu fui me apaixonando pela história em doses homeopáticas. Assisti primeiro o momento da morte de John Lenin e homenagem do maestro a seu filho. Da segunda vez consegui pegar o filme a partir da guerra. Depois consegui ver a história do filho que era surdo. Finalmente apenas na quarta vez assentei e me deleitei com o filme todo e passou a ser um dos meus favoritos - com direito a resenha em uma das minhas Sobremesas deste blog.
Só mesmo quem quer muito viver uma aventura, saborear experiências completamente diferentes da sua vida são aquelas que entendem que as pequenas felicidades clandestinas nos tornam mais humanos na nossa busca pelo auto conhecimento.
Foi Clarice que me contou!
Virgínia Pellegrinelli
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