sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Petiscos - A arte do "Para Casa"!

O "Para Casa" sempre foi interessante, não pelo fato em si, mas pela nomeação. Eu costumava chamar de "Dever". Esse último parecia impositivo, algo que se você não fizesse se daria muito mal e ainda perderia pontos. Eu me lembro de estudar à tarde e fazer os exercícios apenas na manhã seguinte, quando minha mente estava descansada. Engraçado que eu era exceção, pois todos os coleguinhas faziam o "bendito" logo que chegava para ficar livre.

Com o tempo resolvi apelidar de "Para Casa" igual a todos, uma vez que deveria fazer as pazes com a quantidade enorme de atividades e o aumento de número de matérias e complexidades. Claro, acrescentando trabalhos em grupo e as temíveis provas de decoreba, ou de raciocínio, ou sei lá mais o quê. Isso infelizmente não muda jamais nas realidades escolares.

Outro dia fui incumbida de fazer o "Para Casa" com meu sobrinho de cinco anos. Tive que ficar apenas do lado dele mas em cinco minutos terminamos tudo. Além disso, tivemos que colorir e recortar para colar no caderno. Aí eu entendi e me lembrei do porquê quando pequenos, gostávamos dos exercícios. Fazíamos sempre acompanhados e num piscar de olhos estava tudo pronto.

Mas crescemos e paramos de ter incentivo ao nosso lado, exceto as professoras particulares que nem de longe são tão legais como uma tia ou prima... Aí vem as rebeliões e a turma que não faz o "Para Casa", afinal estudar é na escola. Mas admito, eu nunca deixei de fazer um sequer, afinal, para mim, sempre foi um dever. Além disso, fazia a boa ação de emprestar para os colegas copiarem.

Que meus ex-professores não leiam e se lerem, saibam que tenho até saudade das minhas primeiras obrigações. Fazer ou fazer, "Para Casa" sempre foi uma missão.

Virgínia Pellegrinelli
22/09/2017

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