terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Brunch - As irmãs Romanov - Helen Rappaport


Olga, Tatiana, Maria e Anastásia Romanov eram filhas do último Csar russo, Nicolau II, e da Imperatriz Alexandra. Além das quatro grã-duquesas tinham um quinto filho, Alexei Romanov. O fim da família é conhecido no mundo todo por seu fuzilamento como marco da revolução bolchevique, na Rússia, em 1917. Porém o foco do livro é a reconstrução do dia a dia das irmãs imperiais, baseando-se em cartas pessoais, diários da família e demais livros escritos sobre o assunto.

Ao longo de toda a leitura do livro observamos que não só o pequeno Nicolai tinha a saúde frágil, como também a matriarca, Alexandra. A popularidade da família real nunca foi positiva principalmente porque eram escondidos os diversos problemas e preocupações de saúde. Tendo em vista a super proteção de Alexandra com a vida do pequeno herdeiro surgiu a amizade com o tão criticado Grigori Rasputin. Um relacionamento que não foi visto como benéfico nem por outros membros da família.

Muitas vezes as quatro irmãs roubavam a cena pela discreta simpatia. Uma vez que a imperatriz não podia aparecer publicamente ao lado de seu marido, Olga, a mais velha, tomou seu lugar em ocasiões bastante importantes."Salvando", por assim dizer, a popularidade nem um pouco alta do csar.

Olga também teve alguns pretendentes, afinal morreu aos 21 anos. Descrita como altiva, era muito apegada aos pais. Ela ajudava na criação dos mais novos porém entregou-se a tristeza e se fechou completamente nos confinamentos de sua vida. Tatiana era a mais bonita e muito parecida com a mãe. Em um curto período que a família se separou, ela assumiu a liderança dos irmãos não deixando que ninguém desistisse de viver. Maria era a mais gordinha e a preferida de seu pai. Ela era muito carinhosa e quando seus pais tiveram que deixar as crianças, foi com eles para poder cuidar da mãe. Por fim, Anastásia, que a era alegria da família. Com ela a diversão na medida certa era garantida. Mesmo quando eles tiveram ciência do fim iminente.

Suas vidas no palácio eram bastante reservadas. As crianças tinham aulas particulares e amigos bastante restritos. Elas tinham contato com babás, professores, diversos soldados da guarda real e alguns parentes que ocasionalmente as visitavam. Também tiveram algumas viagens a passeio de férias a bordo de seu navio real.

Olga e Tatiana, juntamente com a mãe, serviram na Primeira Guerra como enfermeiras. Segundo relatos de ambas em cartas eram felizes no que faziam e se sentiam úteis. Tatiana brilhou nesse momento sendo lembrada como uma grande enfermeira.

A população tinha uma visão de um família reclusa e fechada. Difícil ver momentos em que eram carismáticos, esses, por sinal, sujeitados às meninas. No livro não trata as questões políticas e a situação do sistema da época. Apenas vemos o csar escolher ficar perto da família mesmo após abdicar o trono em seu nome e do seu filho. 

Deixo aqui minha opinião de que foi um dos livros biográficos mais espetaculares que li.  Mostra-nos um lado da família Romanov que não é muito destrinchada. Uma família que, se não fosse o nome, seria mais uma família comum onde a mãe faz questão das roupas das mais velhas serem passadas para as mais novas.

Ficou grande esse brunch, assim como o livro também é. Mas para quem gosta de história e se interessa pela Revolução Russa, tem em mãos um material que mostra um ponto de vista que nos faz até pensar se era necessário as meninas morrerem...

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