São tantas histórias de nossa época de estudante que às vezes precisamos parar e contar. As melhores são de ônibus. Eu era muito medrosa e mesmo o ponto do ônibus sendo a quatro quarteirões de casa, no interior de Minas, eu tinha que ir com minha irmã. Nós duas estudávamos no mesmo horário e no mesmo colégio.
A gente sempre passava na casa de uma amiga minha e encontrávamos outra vizinha no caminho. As quatro andavam e tagarelavam como se ninguém pudesse ouvir. Eu me sentia super protegida porque passávamos em frente a um colégio e um monte de estudantes ficavam mexendo com a gente. Eu morria de vergonha, coisa da idade, e imaturidade para saber que quatro não fazia a mínima diferença para um bando de marmanjo fazendo hora para dar o sinal da entrada.
Eu me lembro como se fosse hoje o dia em que minha irmã encontrou nossa vizinha e foi por um caminho diferente enquanto eu ia chamar minha amiga. Nesse dia a menina estava atrasada e não conseguiria ir de ônibus. Foi como se eu tivesse surtado! O caminho era linha reta e eu não sabia como chegar lá, como ultrapassar a falação dos estudantes e como reencontrar minha irmã.
Pobre de mim! Eu ainda me lembro tendo lágrimas nos olhos. O que fiz? Voltei para casa e pedi ajuda ao meu herói: meu pai! Ele me levou pelo caminho super difícil, encarando meus “monstros” e, no final, ao reencontrar minha irmã - que claro estava desesperada com minha demora - o objetivo foi alcançado!
Hoje eu digo que é a Síndrome da Cinderela. Com o pai te dando a mão você chega em qualquer lugar!
Virgínia Pellegrinelli
25/01/2018
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