Quem nunca andou de ônibus? Eu me lembro que o primeiro ônibus que peguei na vida foi o do Jardim da Infância. Não me esqueço de irmos gritando fazendo campanha para um pai de uma colega nossa que disputaria a vaga de prefeito da cidade. Ainda na época de colégio, um pouco mais tarde, comecei a pegar ônibus sem ser fretado pela escola, e aí eu comecei a desconfiar que dois corpos podem sim ocupar o mesmo lugar no espaço.
Já na capital conheci o "mil em um". Impressionante como nos horários escolares caberiam tantas pessoas, mochilas e, por que não, as famosas músicas altas que insistiam em colocar o funk insuportável?! Podem haver lembranças de stress, mas ficaram marcadas as carinhas de sempre, amizades feitas por uma viagem, diálogos sem propósito e um respeito mútuo de cumprimentos educados a pessoas de sempre que nem sequer sabíamos o nome.
Que pena que a violência e a falta de segurança dos próprios veículos não incentivam mais esse momento coletivo. Táxis e demais alternativas individuais substituem esses singulares momentos. Vou relembrar alguns momentos dessa época inesquecível e em breve os relato em mais petiscos por aí.
Virgínia Pellegrinelli
17/07/2017
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