quinta-feira, 16 de junho de 2016

Petiscos - Mais uma chance


A arte é muito interessante, pode desconstruir o inimaginável tornando-se possível consertar e melhorar o passado. Em Harry Potter teve o vira-tempo da Hermione que a permitia assistir a todas as aulas do currículo, inclusive duas ao mesmo tempo; na Alice Através do Espelho, o Tempo tem até forma humana e seu tique-taque inconstante prova que o passado não pode ser mudado; no filme Questão de Tempo, os homens da família têm o poder de voltar o tempo que for para viver seus melhores prazeres...; e assim existem inúmeros exemplos, incontáveis mágicas que nossa imaginação agradece.

Contando apenas com o chaveiro do carro, em forma de vira-tempo, presente vindo da Disney, eu me pego imaginando um momento para voltar...

O dia escolhido foi ainda na década de 80, lá pelos meus 6 ou 7 anos, com a roupa de mascote do Athletic Clube, time em que meu pai era diretor, lá em São João del-Rey. Eu tinha pompons nas mãos e aquele frio na barriga. Minhas irmãs e um grande grupo de crianças entraram correndo com o time na grande final do campeonato sanjoanense.
Eu, menina magricela com o cabelo liso e uma chuquinha presa para o lado, envergonhada como sempre, me recusara a entrar no gramado ficando apenas vestida para tirar fotos com os jogadores no final.

Hora de mudar!!! Afinal, voltar no tempo seria a oportunidade de viver emoções para sempre perdidas nas lembranças...
Então foi mágico! Peguei uma das bolas e entrei correndo no campo que para mim era interminável.  Eu era a primeira da fila entre minhas duas irmãs, corria muito e o sorriso pregara na boca. Senti o  vento acariciando meus cabelos e ouvia ao longe os fogos que celebravam o início de mais um clássico.

E por fim a famosa pose para a foto. As três meninas na frente, entre uma meninada de preto e branco e os jogadores atrás.

É, a emoção foi grande! E grande também foi a saudade.
Pois bem, tenho que admitir, o mundo das maravilhas está certo, deixe o passado do jeito que foi e tente fazer um futuro diferente.
Aiai, maravilhosa saudade nossa de um tempo deixado para trás.  

Virgínia Pellegrinelli


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