Ingredientes:
1 – Defunto autor
2 – Realismo
Modo de fazer:
Um defunto autor resolve contar sua
história! Brás Cubas, de cara, dedica seu livro aos “vermes” e conta, de forma
não cronológica, como bem entende, sua vida: incluindo amores, vitórias,
derrotas, nascimento e morte.
Um marco do realismo, uma obra
atemporal!!! Brás Cubas, que nada tem a perder, critica a sociedade e a política
pelas palavras do inesquecível Quincas Borba e seu Realitismo...
Uma narrativa irônica, e ao mesmo
tempo denunciadora. O autor literalmente conversa com o autor, como nessa
passagem em que o primeiro culpa o segundo pela “chatice” do livro:
“Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu
não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse
mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é
enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e
aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa
de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o
estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios,
guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham,
ameaçam o céu, escorregam e caem...”
Cap. LXXI
Leiam, não deixem de ler..., afinal, quanto um defunto autor escreve um livro, pelo menos a curiosidade o faz abrir a primeira página...
0 comentários:
Postar um comentário